sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

idei@s_04..."Até Zagmuk"

Quando penso no que escrever, procuro sempre encontrar algo de novo, de interessante, de útil, de inovador.

Assim, nesta linha de orientação, decidi fazer uma pequena pesquisa sobre as origens do período natalício e partilhá-lo com todos os leitores.

Uma vez que nem sempre é fácil escrever algo diferente sobre este período festivo que todos os anos mobiliza sociedades, procurei, nesta edição do idei@s, afastar-me das razões que estão no centro de tal mobilização e, tão simplesmente, passar uma mensagem de natal e fazer uma viagem até ao Zagmuk.

Gezur Krislinjden , Frohe Weihnachten , Shenoraavor Nor Dari yev Pari Gaghand, Nedeleg laouen, Bon Nadal, Chuk Sung Tan, Čestit Božić, Feliz Navidad, Gajan Kristnaskon, Hyvää joulua, Joyeux Noël, Kala Christougena , Kellemes Karácsonyt , Merry Christmas, Buon Natale, メリー·クリスマス, Kung His Hsin Nien, God Jul, Buon Nadal, Wesołych Świąt Bożego Narodzenia, Sarbatori Fericite, С Праздником Рождества Христова S prazdnikom Rozhdestva Khristova, Klidné prožití Vánoc, God Jul, Srozhdestvom Kristovym, Feiz Natal
Sobre a viagem ao Zagmuk, poderá argumentar-se a irrelevância em chamá-la à colação: que o passado já lá vai e que pouco adiante para o futuro.

Julgo eu, que mesmo a mais pequena viagem que possamos fazer ao passado, quando bem feita, poderá acrescentar algo de positivo ao presente, possibilitando uma maior visão em termos de futuro quanto a horizontes bem mais risonhos.

Voltemos então atrás no tempo e viajemos até à Mesopotâmia, actual território iraquiano.

A celebração do Natal e Ano Novo, segundo alguns historiadores, antecede o cristianismo em 2000 anos e leva-nos até ao Zagmuk, um festival mesopotâmico celebrado no inicio do Inverno, que durava 12 dias e servia para ajudar o seu Deus Marduk na batalha contra os “monstros do caos”.

Nestes tempos, o aproximar do final do ano representava para os mesopotâmios um período de crise, pois coincidia com a chegada do Inverno que simbolizava o enfurecimento dos “monstros do caos” e a batalha pelo sol entre estes e o seu Deus Marduk, responsável pelo "crescimento das coisas".

Todos os anos por volta da mesma altura o Deus Mordak ficava aprisionado no sub-mundo deixando o mundo à mercê dos monstros do caos, que pretendiam devorar o sol, impedindo assim o “crescimento das coisas” e o futuro e prosperidade do povo.

Segundo a tradição o Rei deveria morrer no final do ano para que, junto com o Deus Marduk, vencessem os “monstros do caos”. Para poupar a vida do Rei, durante os 12 dias um prisioneiro assumia o papel de falso Rei acabando por ser morto, levando todos os pecados consigo e restabelecendo a ordem. Posteriormente o verdadeiro Rei tomava o seu lugar e como forma de restituir o equilíbrio roubado era libertado um prisioneiro.

Muitos de vós perguntarão o porquê desta pequena viagem e qual a relação com o Natal e o Ano Novo.

Julgo que se servir para reflectirmos melhor, então deveríamos fazer várias viagens pela história ao longo do ano.

Os Mesopotâmios perante o problema que se avizinhava, analisavam a situação, definiam uma estratégia e encaravam o problema de frente, não lamentavam a sua desgraça e o seu futuro incerto ou viviam com base na esperança. Lutavam pela sua sobrevivência e por assegurar dias de sol, dias de “crescimento de coisas”.

A Mesopotâmia ao ser o berço da humanidade influenciou muitas civilizações que lhe procederam. Através da Grécia, o costume de celebrar o final do ano passou para os romanos sendo intitulado de Saturnalia. Para estes, a data em que o Sol começava a tornar-se de novo forte e a partir da qual o “crescimento das coisas” se tornavam novamente possível, era simbolizado pelo dia 25 de Dezembro. Este dia ficou conhecido como o dia do Nascimento do Sol Invicto e após a cristianização dos romanos passou a simbolizar o nascimento de Cristo, passando assim a ser celebrado o Natal como o conhecemos.

Não deverá ser este um período de convívio, de harmonia, reflexão, retrospectiva, análise do ano que decorreu, das necessidades e um momento de definição de novas prioridades?

Um período em que pomos de parte normas, rotinas diárias, reflectindo, reposicionando-nos na vida?

Estaremos a esquecer a verdadeira essência do Natal e do Ano Novo? Deixo isso à vossa consideração e desejo a todos os leitores umas festas felizes.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

idei@s_03...Portugal Global, um País do Mundo.

Por entre horas tardias, entre preparativos de aniversário com amigos com trocas de sms de última hora e trabalho pendente, procurei desesperadamente um refúgio, um momento de descanso, começando assim a folhear um novo livro que adiciono aos amontoados na minha mesa-de-cabeceira. Não que por esse facto o desvalorize, pois encaro o acumular de linhas ao meu alcance como algo reconfortante. O descanso e o trabalho pendente prolongaram-se e deram lugar por um lado a estas linhas e o por outro a um descanso tardio.

É sabido que, nós portugueses, temos uma certa tendência para ser um povo menos positivo e esquecer factos, momentos, decisões, instantes, que fizeram a nossa História e que nos permitiram e permitem afirmar que somos um País Global, um País do Mundo. Portugal, ao longo da sua História e desde a sua criação, afirmou-se como um País de referência. Teve fases de maior e menor actividade. Neste momento "despertou" e tão cedo não “adormecerá”.

Neste último livro que comecei a folhear, o autor reforça a ideia de que Portugal é rico, de que Portugal tem um passado, um presente e um futuro. Não podia estar mais de acordo. Tivemos reis que deram um nome a este País, tornando-nos numa referência no e para o mundo das navegações e da inovação. Tivemos e temos músicos reconhecidos internacionalmente, poetas aclamados mundialmente, cientistas nas mais prestigiosas instituições internacionais, políticos de diferentes ideologias que fizeram a diferença, treinadores que levaram o nome de Portugal a todas as casas. Temos uma geografia invejável, com praias paradisíacas onde ainda rebenta a cada segundo poesia e História. Em suma, Portugal tem história, tem poesia, tem arte, tem sabedoria, tem um acumular de casos de sucesso e de potencialidades que lhe permitem olhar para o futuro e assegurar a sua sustentabilidade e afirmar a sua posição neste novo jogo. Um jogo europeu. Um campeonato mundial: A Globalização.

Defendo que não podemos pensar no futuro, desprezando o presente e ignorando o passado. O desenvolvimento do nosso País, assenta inevitavelmente no seu percurso e em variáveis que com o tempo se ajustam às diferentes realidades da vida social, económica e politica. Temos por isso de estar preparados para os desafios que constantemente surgem nas nossas vidas. Portugal actualmente afirma-se como um País coeso, socialmente moderno e activo, actual, cosmopolita e inovador.

Um certo dia um amigo disse-me que o “caminho de uma vida” se deve fazer valorizando o colectivo e não o individual, a pró -actividade e não a passividade comodista, a humildade e não a presunção de que tudo se sabe, e a solidariedade, não o egoísmo desmedido. Penso que está na hora “acordar” e de olhar para este novo mundo como um mundo em permanente mudança, e compreender que não há descanso possível, que a essência da mudança reside em nós, pessoas, no colectivo, e que devemos assumir os actuais desafios que nos são colocados diariamente como algo real. Para reforçar a nossa posição temos que lutar contra esta cultura da desculpa, em que a desresponsabilização de uma participação cívica activa serve de base para contínuas manifestações de descontentamento desmedidas e infundamentadas. Não esqueçamos que somos os actores principais, e não por capricho, mas sim por necessidade, e por isso todos temos de assumir o nosso papel. Temos de ser mais cívicos, activos, participativos e globais

Este texto apenas pretende fazer parte das tantas e tantas linhas de optimismo em prol do nosso futuro, do futuro de Portugal, que circulam diariamente. Desafio todos os que se consideram optimistas a escrever umas linhas, ainda que seja por uma única vez e, depois, reflictam, se tal gesto foi proveitoso. A todos os outros, os que são pessimistas, apenas lhes peço que não deixem de ler essas linhas. Não esqueçamos que a aposta no colectivo faz parte do futuro.

Juntos poderemos contribuir para o sucesso desta missão. A de sermos melhores, de vivermos num Portugal Global e de termos um novo nós.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

idei@s_02 ..."Uma nova Europa"

«Lisboa é um porto seguro para a Europa …»

Foi com esta frase que, no passado dia 20 de madrugada, o Primeiro-Ministro e Presidente do Conselho, José Sócrates, anunciava o novo Tratado Reformador para Europa: O Tratado de Lisboa. Um acordo histórico para Portugal e para a Europa e uma mensagem clara e concisa de confiança para todas as sociedades e economias da Europa e do mundo.

Em 2000, durante a sua segunda Presidência da União Europeia, foi definida em Portugal uma estratégia diferenciadora apostando na inovação e no conhecimento - a Agenda de Lisboa - atribuindo o nome da nossa capital a uma estratégia ambiciosa e de mudança estruturante para a Europa. Em 2005, com vista a uma maior focalização das suas prioridades, a Estratégia de Lisboa colocou o foco no crescimento e no emprego. Sete anos depois, durante a nossa terceira presidência, voltamos a repetir o feito, tendo por um lado apresentado um documento estratégico para o futuro da Agenda de Lisboa – o Vision Paper –, e por outro, pondo fim ao impasse institucional que a União Europeia atravessava desde há 6 anos, conseguindo sentar à mesa os 27 Estados-membros e chegando a um acordo sobre o Tratado Reformador: O Tratado de Lisboa.”

Relembremos que a União Europeia, na sua génese, resulta de um processo de cooperação e integração, com vista à construção de um projecto comum de paz e prosperidade. Actualmente, com o novo Tratado e tendo em conta os novos desafios existentes, a União Europeia, não esquecendo os princípios que estão na sua génese, reveste-se de um novo espírito, posicionando-se no mundo como uma instituição preparada para lidar com novas questões globais como a Inovação, a Competitividade, o Emprego, a Coesão Social e as Mudanças Climáticas, prioridades da Agenda de Lisboa.

Temos uma Europa nova que inova; mais forte e mais unida; mais preparada para os novos desafios; baseada numa cultura de direitos; reforçada com um sistema mais decisivo, mais forte, mais democrático e mais coerente na sua vertente externa. Uma Europa com uma estratégia europeia para o crescimento e emprego reforçada, aberta ao mundo, em sintonia com a competitividade e a inovação, factores impulsionadores da actual globalização. Para ultimar este momento decisivo apenas faltam dois actos: primeiro, a assinatura do Tratado por parte de todos os Estados-membros que terá lugar, uma vez mais, em Lisboa a 13 de Dezembro de 2007 e em segundo, durante 2009, a sua ratificação nos parlamentos nacionais ou via referendo, como é costume em Democracias representativas.

O caminho está definido e os desafios assumidos. Sintamo-nos cidadãos de uma nova Europa aberta ao mundo.

idei@s_01 ... "e-futuro"

«O universo é o local sem paredes …»

O e-learning é uma aposta no futuro. O uso das novas tecnologias no processo de aprendizagem veio revolucionar o modo como encaramos a Educação. Em conjunto com o método tradicional o ensino à distância, veio possibilitar a um maior número de adultos, e jovens uma aprendizagem mais acessível e mais próxima das suas necessidades.
A crescente expansão da expressão “e -“ não se deve a um mero capricho de alguns, nem faz parte de uma propaganda politico-partidária. Trata-se sim de uma aposta clara e urgente, que Portugal e a Europa assumiram. Um aposta nas pessoas, na aprendizagem ao longo da vida e no uso de uma das mais fortes ferramentas potenciadoras do acesso ao conhecimento: o e-learning/ensino à distância.

A generalização do uso das novas tecnologias de informação é parte fundamental para nos tornarmos uma sociedade informada, qualificada e competitiva. O caminho a tomar é claro, mas para ser eficaz terá que ser feito a pensar nas pessoas, nas comunidades existentes, na sociedade do futuro, e nas instituições. Devemos assim reforçar o papel da formação avançada de recursos humanos, da requalificação de activos e da promoção da aprendizagem ao longo da vida, vectores essenciais para o sucesso da competitividade do nosso país. Hoje em dia, palavras como Aprendizagem, Inovação, Tecnologia, Criatividade, Cultura, Crescimento, Emprego, entre outras, fazem parte de um conjunto de prioridades definidas por este Governo, que através da Estratégia de Lisboa, do Plano Tecnológico e de outros Programas, estão a colocar Portugal no rumo da excelência.

O acesso ao conhecimento é um dos grandes desafios que, neste mundo global em rede, todas as sociedades enfrentam e com o qual têm inevitavelmente que lidar. Cabe-nos a todos nós estar ao nível desse desafio. O e-learning, através da criação de comunidades de aprendizagem, permite aproximar as pessoas ao conhecimento, contribuindo para a concretização dos objectivos definidos pela Estratégia de Lisboa, que visam aumentar os níveis de competências da população em geral.

Não esqueçamos que nem sempre estivemos atrás. Já estivemos na vanguarda das cidades do mundo; Já dominámos a tecnologia de navegação; Já soubemos antecipar e conquistar mercados; Fomos responsáveis pela primeira vaga de globalização. Agora temos que acompanhar e adaptarmo-nos à nova economia global. O capital humano dos portugueses sempre fez a diferença. É tempo de recuperar.

Portugal e a Europa assumiram a importância da Aprendizagem ao Longo da Vida e do e-learnig. Assim, durante os dias 15 e 16 de Outubro, e no âmbito da Presidência portuguesa, Lisboa acolheu a maior conferência internacional realizada sobre e-learning “Delivering on the Lisbon Agenda”, contribuindo para a discussão e reflexão sobre a aprendizagem ao longo da vida e o e-learning. Este evento, que contou com a presença de diversos oradores nacionais e internacionais de renome, abordou temas como a Inclusão, a partilha de conhecimentos, a aprendizagem informal, as comunidades de aprendizagem, as competências, a qualidade e a avaliação.

Temos assim que assumir este novo desafio. Promover uma cidadania moderna, num país mais competitivo onde todos têm acesso à informação e ao conhecimento e fazer parte de uma nova sociedade do conhecimento, onde em qualquer lugar e em qualquer hora, o aprender esteja à distância de um clique.

«A Internet é o universo sem fronteiras e em rede … »