sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Idei@s_12..."Sim, nós conseguimos"


«A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro»
John Kennedy

Escrevi este número do "Idei@s" durante a noite das eleições norte-americanas, seguro de que um resultado pela mudança poderia surgir a todo o momento. Escrever algumas linhas sobre as eleições norte-americanas, é escrever sobre as eleições mais mediáticas do mundo e também as mais caras de toda a história democrática dos EUA.

Durante as várias emissões especiais que foram surgindo um pouco por todo o mundo sobre estas eleições, ouvi algo que me chamou a atenção e vem ao caso referir.

Nos EUA, mais concretamente, em Washington, há o costume de se dizer que, se em vésperas de eleições a equipa local perder, o Presidente no poder perderá igualmente as eleições abandonando assim a Casa Branca. Ora, por mais curioso que pareça, na véspera das eleições, os Red Skin de Washington, perderam contra os serralheiros de Pitsburgg, e não foi uma derrota qualquer, mas sim uma das mais históricas para o clube de Washington. Esta vitória dos Serralheiros e de Obama representou claramente uma mudança no plano desportivo e político, dando a todos os norte-americanos a esperança de um novo rumo, fruto de uma vitória estrondosa e única na história norte-americana.

Acredito em Obama. Acredito na mudança de uma América de Bush, Republicana, tradicional, conservadora, para uma América Democrata, progressista, unitária, integradora e social. Uma América sustentável e consciente do seu novo papel num mundo em profunda mudança e em rede.

Obama representa o êxito da luta pelos direitos civis num país onde o pecado original sempre foi a escravidão. Representa um novo fôlego de atitude face á estagnação de uma atitude adormecida. Representa, o grito do epiranga norte-americano para responder à crise mundial através de uma nova estratégia global e integradora de luta contra o terrorismo; de uma nova disposição para conversar com o mundo em vez de impor sua vontade sobre ele; um voto de confiança no futuro da sua democracia e na politica enquanto instrumento de orientação ao serviço da humanidade.

Entre "mudança-precisamos" e "o país em primeiro"; entre uma mensagem de mudança, de alternativa, de um novo rumo, de resposta face a uma mensagem desgastada, nacionalista e militarista, a escolha não foi difícil.

Obama ganha mas não circunscreve a sua vitória aos Estados tradicionalmente democratas.
Obama vai mais longe: vai à procura de um novo ideal norte-americano conquistando importantes bastiões republicanos como o da Florida; do Colorado; de New México; do Nevada; do Iowa; do Ohio; da Virgínia e de Indiana, ultrapassando os 62 milhões de votos alcançados por Bush anteriormente, cifrando a sua vitória em 63,3 milhões de votos.

Com Obama o Partido Democrata Norte-Americano é relançado para um patamar eleitoral que desde Jimmy Carter não ultrapassava a barreira dos 50% das intensões de voto. Com Obama isso foi possível.

"Sim, nós conseguimos" - disse o candidato até então improvável, ao povo norte-americano em especial e, de forma indirecta, ao mundo inteiro; disse o candidato que realizou um sonho outrora impossível de se concretizar.

Obama é, assim, não só uma lição para o mundo, mas um rejuvenescimento do ideal democrático e político. É a esperança do entendimento e do respeito pela soberania dos povos.

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