domingo, 8 de fevereiro de 2009

Idei@s_15_"As Crises e a Oportunidade!"


No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade

Albert Einstein

 

Vivemos actualmente um período da história em que várias crises ameaçam a estabilidade da nossa comodidade e sedentarismo, herdadas de várias gerações. Uma comodidade que por isso mesmo, nos levou a nada fazer para mudar o nosso futuro.

Hoje, vivemos uma crise económico-financeira, onde as bases dos mercados mundiais, outrora sólidas, se desmoronaram, convertendo-se em autênticos casinos sujeitos à volatilidade e vontades alheias. Vivemos numa era de crise energética, onde o consumo desta fonte deverá ser repensado de forma a evitar o risco de uma escassez futura. Vivemos numa crise ambientalista, em que a natureza e todos os seus recursos têm vindo a perder a sua identidade junto do Homem, por indiferença e desrespeito deste, quanto ao manancial de riquezas que ela lhes pode proporcionar. Por fim, vivemos uma crise alimentar, com milhares de pessoas a morrerem à fome diariamente, fruto de políticas inadequadas e do fechar de olhos das grandes potencias.

A crise não significa apenas que caminhamos rumo ao abismo económico, social, ambiental e alimentar. Ou que a politica e políticos tenham os dias contados, fruto do sentimento de descrédito do cidadão já desgastado e incrédulo.

Estas crises representam a “Oportunidade”. Uma oportunidade de começar de novo, construindo as novas bases dum mercado económico mundial mais social e integrador. A oportunidade de se apostar numa nova politica social e de comprometer governos e cidadãos no futuro de um planeta mais sustentável e com maior esperança de vida, onde recomeçar, significará mais do que uma simples a palavra.

Em 2006, Muhammad Yunus, prémio Príncipe das Astúrias e prémio Nobel da Paz, mais conhecido como o Banqueiro dos Pobres, provou não só ser possível combater a pobreza, mas acreditar na ajuda aos 4 biliões de pessoas que vivem no nosso mundo com menos de 2 dólares diários, bastando, tão somente, que as nações acreditem e apostem numa solidariedade económica mais equitativa e abrangente.

Com tal visão e conduta Muhammad rompeu, assim, com os modelos económicos tradicionais, fundando um novo sistema bancário. Um sistema que concede créditos de montantes mínimos a pobres das áreas rurais nas vilas da Republica de Bangladesh, o que o levou a ficar conhecido como o fundador dos micro-créditos, que se vieram a revelar de extrema importância na ajuda a centenas de mulheres na criação das suas próprias microempresas e, assim, fazerem face à crise sentida no seu país. Muhammad Yunus mostrou, assim, ser possível combater a pobreza, criar um novo sistema mais igualitário, e estender um novo leque de oportunidades rumo a uma autoconfiança antes inexistente.

Em 2008, Barack Husseine Obama, eleito presidente dos EUA, provou que o seu país estava necessitado de uma mudança, isto é, que estava mais aberto a um novo rumo.

Obama representa, assim, o rosto da mudança, a imagem de um novo líder mais próximo do povo, a esperança de uma nova ordem mundial que não olha apenas para o seu presente mas sim para um futuro mais auspicioso. Um futuro mais progressista, unitário, integrador, solidário, ambiental, social e sustentável. Representa, ainda, para além da esperança, o garante de que o seu mandato como Presidente dos EUA, será um instrumento de orientação ao serviço da humanidade e não de lobbies cujos objectivos restritivos são o lucro e os interesses pessoais.

Termino deixando estas duas referências, em particular, pelo que eles representam na nova ordem mundial, na nova maneira de pensar e de cooperar. Ao lado de outros anónimos, é uma imagem da esperança de muitos e para muitos. Em síntese, pelo que representam no aproveitar de uma nova época e na verdadeira mudança pela qual o início do século XXI, deverá, pelos vindouros, ser recordado, como o século da “oportunidade” e do momento da mudança! 

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